terça-feira, 5 de janeiro de 2010

SUS: Uma Carreira de Estado

A jornalista Franssinete Florenzano chama atenção sobre o transtorno da escassez de neonatologistas na Santa Casa de Misericórdia do Pará, hospital público de referência estadual para a saúde materna e infantil. A falta de profissionais e a demanda crescente pelos serviços desse hospital quase quadrissecular dimensionam o impacto da bomba-relógio, que está em ritmo de contagem regressiva para implodir um dos mais importantes setores da saúde pública paraense.
Mas aqui há uma variável importante a considerar: em todo o Brasil há uma crise no quantitativo especializado de pediatras, que alguns justificam como derivado da pouca atratividade das especialidades básicas (Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia e Cirurgia Geral) para o recém-graduado. Portanto não adianta sugerir a busca de profissionais em outros estados da federação, pois estes experimentariam igual ou assemelhada situação de escassez.
De uma certeza porém não escapamos: aquela de que é necessário enfrentarmos um dos mais pertubadores nós críticos do Sistema Único de Saúde, representado pela absoluta ausência de uma carreira relacionada a esse sistema universal, nos moldes em que estrategicamente foram fortalecidas as carreiras reguladoras de Estado, nos últimos 20 anos. Sem enfrentarmos esse dragão, sem reconhecer-lhe o alto poder destrutivo que possui, é desconsiderar uma esfinge que já nos devora. E para isso, estados e municípios podem e têm muito a contribuir no pontapé inicial de um jogo que já é passada a hora de jogar.

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