sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O Caso Celobar: Não Há Pizza

Em 2003 surgiu a denúncia de que o contraste radiológico Celobar teria provocado 22 mortes de pacientes. De imediato a Agência de Vigilância Sanitária - ANVISA interditou 4 mil frascos do produto e lacrou a fábrica da Enila, empresa responsavél pela produção do contraste.
Assim, o que antes era suspeição em seguida foi confirmado por laudo da FIOCRUZ , onde foi constatado grande concentração de um composto perigoso e não registrado na ANVISA, o carbonato de bário, nos lotes encaminhados para análise.
Em adição a esta evidência técnica, descobre-se que, em 2003, o laboratório Enila fez experiências para transformar carbonato de bário em sulfato de bário como estratégia para baratear o custo de produção, visto a forma licenciada de sulfato ser importada da Alemanha.
Frente a um caso escabroso desses o Ministério Público do Rio de Janeiro ofereceu denúncia de crime contra a saúde pública. Contudo, no decorrer do processo, apenas 9 das 22 mortes suspeitas por uso de Celobar contaminado foram reconhecidas como tal pela justiça.
Cinco anos depois, nesta semana, o juiz Jorge D'Oliveira julgou e por fim condenou o diretor-presidente do laboratório Enila e o chefe da divisão química a 20 e 22 anos de prisão, respectivamente. Os apenados poderão recorrer da sentença em liberdade.
Medicamentos falsificados - pois este em pauta o era, em razão de ter em sua composição composto não registrado na ANVISA - são hoje uma realidade que põe em risco a saúde da coletividade, principalmente de países pobres e em desenvolvimento. Trata-se em minha opinião de crime para ser considerado como hediondo pela natureza e a forças mobilizadas para cometê-lo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sua Estupidez

O senador Delcídio Amaral (PT/MS) cortou 18% ou 1,1 bilhão de reais do orçamento federal para investimento e custeio das ações de ciência e tecnologia. A excelência é ignorante de que investimento em ciência, tecnologia e inovação fortalecem a vantagem competitiva de qualquer país a qualquer tempo, especialmente quando em tempo de crise. Por tudo isto podemos concluir que Delcídio Amaral é mais um da tropa de Eremildos que atrasam o país.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Conduta de Risco

A indústria e o comércio dos produtos de saúde têm sido com freqüência relacionados a abusos éticos e de poder econômico, que estabelecem um risco à segurança dos consumidores ou usuários dos serviços médico-hospitalares e também ao exercício profissional das equipes de saúde. Embora não tenha sido o único, o mais famoso exemplo negativo é o Vioxx, um notório escândalo que além de prejudicar pacientes arranhou de forma indelével a reputação da Food & Drug Administration (FDA), o orgão federal norte-americano responsável pela regulação dos produtos de saúde entronizados no mercado do país. A ocorrência de fatos como esses tanto podem ser apresentados como fator de risco para a saúde quanto como um determinante social da saúde, a vista de terem origem na fragilização da competência gestora do estado.
Para quem tem interesse neste e noutros capítulos nada meritórios do complexo industrial da saúde fica a sugestão de uma lista blockbuster sobre o assunto:
Merrill Goozer. The $800 Million Pill: The Truth Behind the Cost of New Drugs (University of California Press, 2004)
Jerry Avorn. Powerful Medicines: The Benefits, Risks, and Costs of Prescription Drugs(Knopf, 2004) John Abramson. Overdosed America: The Broken Promise of American Medicine (HarperCollins, 2004)
Jerome P. Kassirer. On the Take: How Medicine's Complicity with Big Business Can Endanger Your Health(Oxford University Press, 2004)
No Child Left Different, edited by Sharna Olfman (Praeger, 2006).
Ray Moynihan and Alan Cassels. Selling Sickness: How the World's Bigest Pharmaceutical Companies Are Turning Us All into Patients (Nation Books, 2005).
Márcia Angell. A Verdade Sobre os Laboratórios Farmacêuticos (Record, 2007).

Saúde Nas Américas

Lançado pela Organização Pan-Americana de Saúde A Situação de Saúde nas Américas: Indicadores Básicos - 2008. Discute-se entre outras questões a necessidade de metodologia que valide a qualidade da informação sobre mortalidade infantil, indicador relacionado diretamente com o Objetivos do Milênio. Em PDF, no espanhol aqui.