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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Linhas e Horizontes de uma Sexta-Feira Santa

Luminosa manhã
Para que tanta luz?
Dá-me um pouco de céu
Mas não tanto azul
Dá-me um pouco de festa não esta
Que é demais pra os meus anseios 

(Luiz Bonfá: Canção da Manhã Feliz)

Brasília, capital da federação brasileira, é uma cidade projetada por Oscar Niemayer e Lúcio Costa.  os princípios modernistas da sua fundação, há cincoenta anos atrás, são hoje desafiados por um conjunto de problemas: como ter superado em quase 5 vezes a projeção de contar com  população de 600 mil habitantes nos princípios do século XXI.
Mas eu sou um grande admirador dos horizontes de Brasília,  emoldurados por seus belíssimos céus de nascente a poente, pelas linhas geométricas que dão corpo aos seus monumentos, traçados e edifícios oficiais, que fazem com que a cidade tenha sempre uma perspectiva que o olhar do transeunte seduz.
Na manhã dessa Sexta-Feira da Paixão, tive uma experiência dessas. Eu saí para encontrar quem me vendesse uns temperos, mas os super-mercados estavam fechados por conta do feriado nacional. Encontrei então uma quitanda metida à besta, que me vendeu o que eu precisava pelos olhos da cara. E daí não dei à conta salgada chance de me aborrecer, pois seria afinal injusto - quase pecado que estragaria a belíssima manhã que nos iluminava a todos, magnífica.
Vejam a seguir as fotos que dizem melhor do que estas minhas inúteis palavras de antes...
1. Dos excessos no projeto magnífico do Tribunal Superior Eleitoral, declinados na cerquinha kitsch verde-oliva e nos iglús ao modo de cópia patética - pela posição e dimensão acanhadas - das conchas camerais do Congresso Nacional.

High Court of Electoral Justice


2. Do perfeito encontro de gênios: O Meteoro (Bruno Giorgi) no Palácio do Itamaty ( Oscar Niemyer)

Meteor


3. E do Congresso Nacional: Da essencialidade da geometria ao confronto com as tortuosidades adaptativas da vegetação no serrado brasileiro, chega-se à transição do homo faber colonial para o homo tecnologicus, que, a partir das incertezas vividas na Guerra Fria, pretendeu que fossemos mensageiros portadores de futuro, no altiplano brasileiro.

  The National Congress of Brazil
The National Congress of Brazil

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Balanço Pessoal de Ano

1- O desempenho do Voo de Galinha em 2011 foi vexaminoso, conforme expressa o registro das postagens, que, em número, retrocedeu à produção de 2009.
2- Em compensação, @itajaideal, twitter associado a este blog, disparou mais que duplicando o número de seguidores.
3- Em 2011, por questões de tempo não foi possível cristalizar novo blogue, que associaria bibliofilia e medalhística no âmbito da Amazônia.
4- Fiz uns magros progressos na fotografia, que estão disponíveis no Flickr ou aqui, em link na coluna à direita desta página.
5- No mais tenho a agradecer àqueles que prestigiam o blog, o twitter e o Flickr com suas presenças e comentários sempre generosos.

Mas, se toda história guarda alguma conclusão, este balanço breve e personalíssimo tem lá sua moral, resumida na constatação de que O problema é que eu tenho hobbies demais e dinheiro de menos. Mas outros melhores dias prometem vir, e comme il le faut terei de conquistá-los.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Tempo e Fotografia

Perguntaram sobre a fotografia que ilustra o blogue. Em contrário a atualidade arquitetônica da Catedral de Brasília, em meus termos esse registro é parte da adolescência. Quando o retrato foi tirado - era assim que dizíamos - tinha eu então quase meus 15 anos e vivíamos a década de 70, conforme denunciam o cabelão e o jeans "boca de sino". Foi a primeira chegada nesta cidade, com destino ao Rio; e estava com as roupas tintas de poeira vermelha da viagem rodoviária pela Belém-Brasília.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Música ao Longe*

Caia a chuva no fim de tarde em Brasília. Pela segunda vez meu iPhone-4 resolvera brigar com o som do meu carro. Queria naquela chuva de abril dirigir pela Epia ao som de Alain Toussaint e confesso que fiquei irritado com aquele cisma tecnológico ali estabelecido. Eu sabia que a única maneira de recuperar a esperteza de meu celular seria reconfigurar a conexão à distância, mas para isso precisava do manual que no momento estava em alguma gaveta, em casa.
Estava quase resignado em dirigir sem música, quando lembrei de que o tocador de discos digitais, agregava junto a função de rádio. Então! As boas e efetivas ondas de rádio, que navegam atrás de ouvidos humanos até as espirais de escuridão nos quintos do universo, salvar-me-iam do silêncio até que entrasse em casa. Assim feito, tocou então os últimos segundos da música tema de Um Homem e uma Mulher, da trilha de filme homônimo (1966), assinada pelo francês Francis Lai.
Pensei ali na sorte que tive de sintonizar algo do meu gosto e em circunstância tão apressada, sob o risco de ser invadido na boléa por algum sertanejo ou axé, da estirpe epidêmica que os jabás irradiam 24 horas pelo Brasil afora. Entretanto o que veio de surpresa, levou-me a um patamar que não previ, fui devolvido a Belém do Pará dos tempos em que fui menino, quando a televisão sequer existia nem para os ricos, e o rádio ainda falava ao interland paraense como a voz da Amazônia.
Entrou no meu carro, então, um programa musical descrito como tradicional em Brasília - Piano Ao Cair da Noite -, em cartaz por quase três décadas. O pianista da noite descreveu a si como um professor graduado em História, e para fazer jus a formação acadêmica declinada, sempre entremeava no repertório informações sobre os autores, as músicas e os movimentos musicais a que um e outro estavam relacionados.
Ao vivo, nas passagens do repertório eclético, ouviam-se palmas que calculei vinham de no máximo quatro pares de mãos reunidas no subsolo do Conjunto Nacional, lugar onde acontecia o programa. Com o sinal fechado, já na entrada da W3 Norte, calculei: admirável heroísmo levar um programa a tão longe e a tal ponto. Eu próprio, já cativado, não pude deixar de aplaudir a liberdade do intérprete enquanto executava o Adágio de Albinoni com umas pausas assim um tanto esquisitas, que em outros momentos julgaria com aquela severidade dos virginianos.
Mas o maior lucro que tive não foi exatamente a música que ouvia, sim para onde ela naquele momento me transportava conforme disse antes. Dali fui até os idos anos 60 - 70, quando no princípio da noite minha mãe ligava o rádio e escutava o programa espírita de Rafael Gomes, um amigo descendente de banqueiros - o Banco Moreira Gomes -, em tempo de capitalismo paraense com ce-e-pe maiúsculos. Pois o que me apaixonava naquele programa, não era exatamente os ensinamentos kardecistas que minha mãe tanto apreciava, mas a belíssima trilha sonora que inaugurava-lhe a chegada e fazia fundo, representada pelo trabalho magistral de Vila Lobos, com as Bachianas numero 5 **.
Um tempo esgotado, é verdade. De um outro Brasil, onde não poucas vezes meus olhos de menino adormeceram ouvindo esse programa e sua música de rara qualidade. E, tantos anos passados, por essas lembranças ele me volta, pelas notas de um piano ao cair de uma tarde chuvosa em Brasília, trazendo-me de uma Belém longínqua as imagens de minha mãe e eu menino, de Rafael Gomes vestido nos seus linhos HJ, com seus cabelos completamente brancos e seus presentes de bombons de cupuaçú - para o meu amigo, ele me dizia - e, sobretudo, pela música que fez inesquecível seu programa radiofônico. Todas essas imagens físicas e musicais habitam fortes e sonoras minha memória, como deve ser a matéria das saudades.

* O título da postagem faz referência ao romance homônimo do gaúcho Érico Veríssimo. Dissertando sobre esse livro disputei concurso no colegial e fui vencido por Antonio Carlos de Andrade Monteiro - Toninho, meu amigo desde o primário, hoje Defensor Público. Ele escolheu dissertar sobre "Senhor Embaixador" e honrosamente venceu o concurso pelo mérito do texto que escreveu, pela escolha e pertinência do tema, pois estávamos nos meados dos 70 e a ditadura começava a entregar os pontos com o general Geisel, em prenúncios do que depois, já na presidência do general Figueiredo, a malícia cabocla confirmaria nos seus pregões, lá nas canoas do Ver-o-Peso: "Vamu aproveitá, vamu aproveitá, que a abertura tá aberta! É o chuchu, é o repolho a um crozeiro!"
** A interpretação das Bachianas número 5 que ilumina essa postagem é da extraordinária Bárbara Hendricks. Eu pessoalmente prefiro aquela de nossa Bidu Sayão; sem qualquer bairrismo, ou, quem sabe, porque fosse ela quem me encantasse na audição do programa de Rafael Gomes. Infelizmente, sei lá porquê, no Brasil o YouTube não pode transmiti-la.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Ela não É "os Caras": É Zara!

Às 23:40 hr: Pois não é que essa lindinha dai de baixo empatou em número de acessos com os caras, aqui no Voo? Poderosa !!!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Uma Noite no Ministério Público Federal

A noite chegou com luzes. O doutor Gladaniel Palmeira de Carvalho foi promovido a Procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Fiquei emocionado ao assistir um amigo de 35 anos alcançar mais um patamar de sua brilhante carreira, marcada sempre por promoções meritórias de par com o respeito e a admiração de seus colegas, dos amigos e da família. Enquanto assistia a cerimônia e sucediam-se os discursos de saudações ao novo procurador, que citou Padre Antonio Vieira e José Bonifácio de Andrada e Silva, passava na minha memória o tempo em que fomos garotos-rapazes no Colégio Estadual Paes de Carvalho, em Belém, junto com outros grandes amigos como o defensor público estadual Antonio Carlos de Andrade Monteiro e os médicos Elias Israel e Rômulo Paes. Como tem sido bom tê-los comigo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um Encontro de Amigos Levamos Sempre Conosco

Domingo passei boas horas no aniversário de minha amiga Salete, uma anfitriã perfeita. Os pratos estavam primorosos: os paraenses patinhas de caranguejo, maniçoba e camusquim dividiam o cardápio com o brasileiríssimo estrogonofe de filé. As sobremesas foram pavês e doce de cupuaçú. As bebidas compunham-se de cerveja (Cerpinha), caipirinha, sucos de frutas da Amazônia, café e o scottish Jonhy Walker Black Label. A excelência do encontro foi complementada com a presença de amigos em comum de longa data: Joseney e Set Pires dos Santos, Márcio Meira e Lúcia Van Velthem e o Luis Araújo, sem a Celza, que está fazendo estágio de artes plásticas em Florença, Itália. Saí de lá com saudades.