terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cinema e Saúde Pública

Desde 1995 o governo dos EUA tem feito pesquisas sobre situações no enredo dos filmes quanto à prevenção de traumas. A avaliação de uma seleção de 67 filmes, lançados no período de 2003 -2007, será publicada em fevereiro próximo, na revista científica Pediatrics. O estudo trará entre as suas principais conclusões uma advertência sobre a costumeira falta de consequência para a saúde dos personagens expostos a situações perigosas.
Diz a Dra. Bárbara Gaines, do Programa Benedun de Traumatologia Pediátrica, do Hospital Infantil de Pittsburgh (Pensilvania, EUA):
Pessoas caem, veículos colidem, e quase sempre nada sucede a elas em termos de dano e sofrimento, o que pode levar as crianças a avaliarem mal as situações de risco para a saúde.

O estudo também considerou a frequência de equipamentos de proteção individual, recomendados para uso em carros, motocicletas, barcos e bicicletas e os comparou com estudos realizados em anos anteriores. Foi observado que embora tenha aumentado o número de cenas em que adultos e crianças fazem uso desses equipamentos, quanto aos capacetes de ciclismo identificou-se um menor percentual de uso pelos personagens (25%), quando comparado com o cinto de segurança (56%), os salva-vidas (75%) e o uso de faixa para travessia de pedestres (35%).
Os autores elogiaram o esforço de Hollywood, mas observam que muito ainda resta para aperfeiçoar. Para eles os roteiros devem considerar aspectos de educação em saúde e seria uma boa prática se a Motion Picture Association of America (MPAA) criasse um selo de qualidade, que possibilitasse aos pais avaliar os filmes quanto à boas práticas de prevenção ao trauma. Mas, enquanto não se tem esse nível de cooperação, eles recomendam o velho e bom conselho dos pediatras: é papel dos pais esclarecer aos filhos sobre as situações de inseguraça na vida, presentes ou não nos filmes, ensinando-lhes que as consequências daqueles atos praticados na ficção, na vida real podem produzir machucados sérios, irreversíveis e até levar a morte.

Nenhum comentário: