quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Relações Perigosas

A descoberta de um novo uso para medicamentos disponíveis no mercado é uma inovação tecnológica. Esse processo, denominado uso off label dos medicamentos, nem sempre está livre de conflitos de interesse envolvendo médicos e indústria farmacêutica. O Estado de São Paulo de hoje traz uma interessante matéria sobre o assunto, contextualizando artigo publicado na Public Library of Science (PLoS), que publica revistas científicas de acesso livre. Trata-se de fato de uma questão importante e deriva da fragilidade de marcos regularórios que disciplinam as relações entre ciência e mercado .

terça-feira, 7 de outubro de 2008

HIV - Um Vírus Em Permanente Evolução

O vírus da imundodeficiência adquirida, conhecido pela sigla HIV, é um dos mais formidáveis exemplos de seleção natural na atualidade. Segundo pesquisa publicada recentemente a origem do HIV remonta ao início do século XX e possui relações com o processo de urbanização na África. Vírus nascido portanto para a modernidade. Seu potencial de mutação é impressionante, denotando sua vontade de sobreviver às modificações do meio ambiente. Ela é responsável pela desenvolvimento permanente de antiretrovirais (ARV).
Foi para atender a cerca de 1000 pacientes portadores de HIV-resistente aos ARV, que a Comissão de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde - CITEC, com base em documento de avaliação encaminhado pelo Programa Nacional de Combate às Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, recomendou ao Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a incorporação do ARV - Raltegravir no protocolo clínico de tratamento da doença.
Por fim cabe registrar a menção de que seria atribuído o Prêmio Nobel de Medicina a cientistas franceses descobridores do vírus, descoberta por si cheia de intrigas e merecedora de um post qualquer dia desse.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A Ciência e a Guerra dos Sexos

Quando estive no XVIII Congresso Mundial de Epidemiologia e VII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, realizados em Porto-Alegre, em setembro deste ano, num olhar de relance sobre as platéias, nos restaurantes e no espaço dos estandares, percebi um contraste: a maioria dos inscritos no duplo evento era do sexo feminino.
Alguém bem humorado, na ocasião, chegou a fazer referência a vivermos o princípio de um século que promete ser uma ginecocracia. Ironias a parte, o fato é que as mulheres cada vez mais participam da sociedade ocidental e, muito especialmente, como protagonistas na produção do conhecimento científico. Exemplo recente dessa constatação foi o resultado da seleção para pós-doutorado no Laboratório Roche, Suíça, fruto de um convênio com o Ministério da Saúde: dos 61 candidatos inscritos, quatro foram selecionados; todas mulheres .
O trecho acima destacado pertence ao editorial Looking for a Few Good Women, publicado na revista DNA and Cell Biology. No texto se discute exatamente porquê, apesar da marcante presença feminina na ciência, as mulheres frequentam tão pouco as listas de premiações.

Revisão por Pares

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Cirurgia na Obesidade Mórbida

Lançado o novo Boletim Brasileiro de Avaliações de Tecnologias, iniciativa conjunta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Agência Nacional de Saúde (ANS) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. O tema é Cirurgia Bariátrica no Tratamento da Obesidade Mórbida. Entre as conclusões apresentadas pela revisão sistemática destaca: A cirurgia bariátrica não representa uma cura para o problema da obesidade, e o indivíduo que opta por realizá-la deve adotar medidas de mudança de estilo de vida e um acompanhamento clínico multidisciplinar pelo resto da vida.