sábado, 31 de março de 2012

A Fronteira do Conhecimento por Hipócrates

Disse-o Hipócrates (460 - 377 A.C) : Há menos perigo nas doenças que se relacionam com à constituição, hábitos, idade e com a estação, do que naquelas que não guardam essas relações. 
Nas palavras de nosso tempo: Inquietava-o os agravos à saúde que estão na fronteira do conhecimento de uma época, que representam maior risco ao indíviduo exposto devido às impossibilidades ou fragilidades impostas à compreensão das causas e dos mecanismos dessas doenças, e também porque serão instáveis as intervenções conexas de cura, de recuperação, de alívio e de controle, comprometendo as políticas públicas que venham a ser desenhadas para o enfrentamento daqueles problemas.
Na História da Ciência são exemplos desse drama a Aids, as doenças causadas por príons, o câncer, o Alzheimer e as viroses de variada virulência e letalidade, que desafiam nosso conhecimento e o uso de intervenções efetivas: isto é, aquelas que funcionem com superioridade no mundo real e confirmem o que antes foi verificado no mundo controlado dos laboratórios científicos quanto ao seu uso e segurança.
No aforismo hipocrático há também a sutil presença do conceito de determinantes sociais de saúde, que apenas viria a ser desenvolvido de forma plena a partir dos anos 70 passados, depois da Conferência de Alma-Ata em plena Guerra Fria. Significa compreender, a partir desse exemplo, que o conhecimento é substantivo, transitivo e incremental, o que lhe confere enorme valor agregado, quer o classifiquemos no relevo e nos caminhos de suas planícies e planaltos como tácito (know how) ou explícito (know do).

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