O chamado hipocampo é uma região do cérebro, localizada nos lobo temporais, que está relacionada com a memória, o equilíbrio e a navegação espacial. Em 2000 Maguire e colaboradores, utilizando um teste baseado no traçado londrino, publicaram interessante artigo científico no Proceedings of National Academy of Sciences*, onde foi concluído que a região do hipocampo dos motoristas de táxi em Londres maior que o habitual observado entre não taxistas.
Minha família e meus amigos consideram que possuo um excelente senso de orientação espacial e memória, contudo estou convencido de que existem estruturas naturais ou artificiais que desafiam a capacidade resolutiva de qualquer hipocampo. É o caso da sinalização na bela estação de metrô internacional Saint Pancras, em Londres.
Pois nessa estação me perdi de forma inquietante, após viajar só 2 horas de Paris para Londres, e atravessar o canal da Mancha por 38 quilômetros de Eurotúnel, a 45 km abaixo do solo do mar. Nas suas dependências gastei quase uma hora para ter êxito em achar a parada de um ônibus que fizesse um circuito turístico pela cidade. Fui redimido quando meu sobrinho lembrou que não seríamos os únicos a terem vivido tal situação, pois Harry Potter também experimentara dificuldades semelhantes para orientar-se na vizinha estação de Kings Cross.
Descontadas as confusões de sinalização e desorientação, Saint Pancras é uma jóia histórica que não merecia de forma alguma ser demolida, como foi pensado na década de noventa, e sim restaurada e modernizada como hoje a vemos. O projeto de resgate arquitetônico e de atualização funcional do logradouro considero um sucesso, no que vi, utilizei e usufrui. Simpática, segura e informatizada, nela encontrei de fato um wifi público e eficiente, como não encontrei em lugar algum de Paris.
No retorno para a França, depois de um dia de passeio pelas ruas londrinas, não tive problemas de orientação na estação internacional de trens. Embora fisicamente cansado, desta vez os hipocampos, animados pelas novas informações recebidas, estavam funcionando a toda prova.
*Proc Natl Acad Sci USA. 2000; 97 (8): 4398 - 403
Minha família e meus amigos consideram que possuo um excelente senso de orientação espacial e memória, contudo estou convencido de que existem estruturas naturais ou artificiais que desafiam a capacidade resolutiva de qualquer hipocampo. É o caso da sinalização na bela estação de metrô internacional Saint Pancras, em Londres.
Pois nessa estação me perdi de forma inquietante, após viajar só 2 horas de Paris para Londres, e atravessar o canal da Mancha por 38 quilômetros de Eurotúnel, a 45 km abaixo do solo do mar. Nas suas dependências gastei quase uma hora para ter êxito em achar a parada de um ônibus que fizesse um circuito turístico pela cidade. Fui redimido quando meu sobrinho lembrou que não seríamos os únicos a terem vivido tal situação, pois Harry Potter também experimentara dificuldades semelhantes para orientar-se na vizinha estação de Kings Cross.
Descontadas as confusões de sinalização e desorientação, Saint Pancras é uma jóia histórica que não merecia de forma alguma ser demolida, como foi pensado na década de noventa, e sim restaurada e modernizada como hoje a vemos. O projeto de resgate arquitetônico e de atualização funcional do logradouro considero um sucesso, no que vi, utilizei e usufrui. Simpática, segura e informatizada, nela encontrei de fato um wifi público e eficiente, como não encontrei em lugar algum de Paris.
No retorno para a França, depois de um dia de passeio pelas ruas londrinas, não tive problemas de orientação na estação internacional de trens. Embora fisicamente cansado, desta vez os hipocampos, animados pelas novas informações recebidas, estavam funcionando a toda prova.
*Proc Natl Acad Sci USA. 2000; 97 (8): 4398 - 403
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