O Ministério das Comunicações de Israel determinou que fossem confiscados todos os iPad que sejam importados ou entrem como bagagem de israelenses no país. O ministro afirma que a medida foi tomada porque o equipamento da Apple Inc. foi configurado para uso nos EUA e não atende aos requisitos técnicos israelenses.
Especialistas discordam da justificativa, que consideram uma desculpa esfarrapada. Para alguns a medida foi adotada para proteger os interesses comerciais da iDigital, que é o representante oficial da Apple Inc. em Israel. A azeitona da empada é o fato da empresa ter como proprietário Chemi Peres, filho do presidente do país. Quando inquirido pela Time, o ministro das Comunicações confirma que discutiu com a iDigital medidas para definir quando e como o iPad poderá ser utilizado com segurança em Israel, e para isso aguardam as orientações que virão de Cupertino, cidade californiana onde está localizada a matriz da Apple Inc.
Há outras versões, inclusive conspiratórias, como seria esperado em se tratando de Oriente Médio. Entre admiradores de romances policiais e filmes de suspense acredita-se que a proibição teria sido determinada por questões militares, pois o iPad interferiria com as frequências de comunicação dos orgãos de defesa e segurança israelenses, fragilizando a segurança nacional. Há quem afirme, por exemplo, que problema igualzinho teria acontecido quando a tecnologia bluetooth foi introduzida no país.
A proibição também preocupa a empresários da tecnologia de informação, que consideram a medida danosa à economia e à imagem de país inovador em tecnologia, construída pelos israelenses nas últimas três décadas. A insatisfação dos consumidores por fim não foi menor. A medida governamental provocou na blogosfera israelense uma verdadeira intifada. Entre os comentários registrados, houve o de um insurgente que deu no anonimato uma solução anedótica para driblar as medidas restritivas. Aconselhou que para se entrar no país com a engenhoca Bastará comprar o iPad no exterior, e na alfândega israelense seguir a fila do Nada a Declarar.
Na mesma linha de apreciação do non sense, antes de encerrar o post, cabe me indagar o que o governo israelense fará com os iPad de turistas e executivos estrangeiros que chegarem ao país. Serão eles retidos e apenas devolvidos quando os proprietários retornarem para os seus países de origem? Aguardemos portanto, como evoluirá esse inusitado exemplo de impacto tecnológico.
2 comentários:
Uma visão menos conspiratória é possível: de fato, os órgãos reguladores de telecomunicações devem, antes de homolgar qualquer equipamento que utilize o espectro eletromagnético, verificar se há uso de faixas freqüencias dedicadas a outros serviços, sejam elas faixas militares ou não.
No Brasil, isso também é feito. Há pouco tempo perguntei a um lojista por que o magic mouse ainda não estava disponível para venda. A resposta foi: " a Anatel ainda não homologou o equipamento".
Não vejo razão para alarde.
Não tenho dúvidas quanto a isso, meu estimado Nugget. E veja como as coisas se distinguem: nem por isso ninguém sequestrou magic mouse nas alfândegas brasileiras!!!
O post aborda com humor a paranóia da guerra, que não é atributo de Israel, a absoluta inocuidade da medida adotada e, sem dúvida, o inusitado exemplo de impacto tecnológico da engenhoca da Apple.
Postar um comentário