Otaviano Canuto e Marcelo Giugale, respectivamente vice-presidente e diretor para gestão econômica e redução da pobreza, na América Latina e Caribe, publicaram na Foreign Affairs interessante artigo, que demonstra a atual visão de alguns membros do board do Banco Mundial sobre programas sociais implementados nos países em desenvolvimento. Os autores, na última linha do artigo, advertem para a transitoriedade dos programas como motores do desenvolvimento e da salvação da lavoura nos países ricos.
Como eles não tenho dúvidas quanto a transitoriedade dos programas de inclusão social e transferência de renda, exatamente porque eles trazem na essência a designação de programa, não de uma política de estado, que supere a temporalidade de governos. São frutos, portanto, de um momento histórico que se ancora lá atrás, quando o Banco Mundial para atenuar o choque brutal de seu ajuste fiscal levou a toada dos programas de transferência de renda aos países pobres e endividados com o Fundo Monetário Internacional. Financiar o roadmapping de políticas de estado para tornar no longo prazo esses países desenvolvidos em termos material e moral é outra coisa, que um Banco Mundial acostumado a reagir de crise em crise, aparentemente não tem receita a dar.
O artigo pode ser lido na integra na página eletrônica da revista, mas traduzo aqui alguns dos parágrafos que ilustram o seu conteúdo analítico.
Políticas de redução da pobreza exigem mais mudanças nos próximos anos. Há um consenso amplamente corroborado pela crise - o que reduz a pobreza: crescimento rápido e sustentado (mais empregos), os preços ao consumidor estável (sem inflação), e a redistribuição focalizada (subsídios apenas para os pobres). Mas, não basta qualquer emprego: O que importa na redução da pobreza não é apenas o número de empregos, mas sua produtividade. Isso, claro, aponta para uma agenda mais ampla de reformas para tornar as economias dos países em desenvolvimento mais competitivas.
Os países em desenvolvimento também estão experimentando ajustes em seus programas sociais. Nos últimos 10 anos, 30 países em desenvolvimento teem criado mecanismos para transferência de dinheiro diretamente para os pobres através de seus telefones celulares. Agora os seus pobres tem um nome, são uma pessoa. Este tipo de relação estado-cidadão provou ser uma benção para amortecer o impacto da crise global - prevenir conflitos sociais no México, por exemplo. Ele também tornará os gastos com políticas sociais mais eficientes, com design inteligente e menos duplicação de beneficiários.
Em suma, se continuarem a desenvolver estas políticas, muitos países em desenvolvimento devem superar o seu atual estado de desenvolvimento inteiramente. Tais expectativas devem ser vistas com moderação, no entanto. Após a Primeira Guerra Mundial e antes da Grande Depressão, o mundo desenvolvido -, bem como os economistas - estavam confiantes de que tinham estabelecido uma base permanente de prosperidade sem fim. Cem anos depois, diante a ciclotimia de nova crise, os países hegemônicos economica e militarmente terão de depender do mundo em desenvolvimento para tirá-los da crise.
Como eles não tenho dúvidas quanto a transitoriedade dos programas de inclusão social e transferência de renda, exatamente porque eles trazem na essência a designação de programa, não de uma política de estado, que supere a temporalidade de governos. São frutos, portanto, de um momento histórico que se ancora lá atrás, quando o Banco Mundial para atenuar o choque brutal de seu ajuste fiscal levou a toada dos programas de transferência de renda aos países pobres e endividados com o Fundo Monetário Internacional. Financiar o roadmapping de políticas de estado para tornar no longo prazo esses países desenvolvidos em termos material e moral é outra coisa, que um Banco Mundial acostumado a reagir de crise em crise, aparentemente não tem receita a dar.
O artigo pode ser lido na integra na página eletrônica da revista, mas traduzo aqui alguns dos parágrafos que ilustram o seu conteúdo analítico.
Políticas de redução da pobreza exigem mais mudanças nos próximos anos. Há um consenso amplamente corroborado pela crise - o que reduz a pobreza: crescimento rápido e sustentado (mais empregos), os preços ao consumidor estável (sem inflação), e a redistribuição focalizada (subsídios apenas para os pobres). Mas, não basta qualquer emprego: O que importa na redução da pobreza não é apenas o número de empregos, mas sua produtividade. Isso, claro, aponta para uma agenda mais ampla de reformas para tornar as economias dos países em desenvolvimento mais competitivas.
Os países em desenvolvimento também estão experimentando ajustes em seus programas sociais. Nos últimos 10 anos, 30 países em desenvolvimento teem criado mecanismos para transferência de dinheiro diretamente para os pobres através de seus telefones celulares. Agora os seus pobres tem um nome, são uma pessoa. Este tipo de relação estado-cidadão provou ser uma benção para amortecer o impacto da crise global - prevenir conflitos sociais no México, por exemplo. Ele também tornará os gastos com políticas sociais mais eficientes, com design inteligente e menos duplicação de beneficiários.
Em suma, se continuarem a desenvolver estas políticas, muitos países em desenvolvimento devem superar o seu atual estado de desenvolvimento inteiramente. Tais expectativas devem ser vistas com moderação, no entanto. Após a Primeira Guerra Mundial e antes da Grande Depressão, o mundo desenvolvido -, bem como os economistas - estavam confiantes de que tinham estabelecido uma base permanente de prosperidade sem fim. Cem anos depois, diante a ciclotimia de nova crise, os países hegemônicos economica e militarmente terão de depender do mundo em desenvolvimento para tirá-los da crise.
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