quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Financiamento da Saúde em Governos Neoliberais


















Relação entre o desvio da média nacional dos gastos sociais (excluindo saúde) e todas as causas de mortalidade em 15 países da UE , entre 1980-2005. Cada ponto representa um valor único ano país. Os gastos sociais é em dólares (ano 2000), com valores ajustados pela paridade do poder de compra com o euro. Observação ao Gráfico: Na vertical - Mortalidade por todas as causas, ajustadas pela idade. Na horizontal - Gasto per capta em Bem Estal Social (paridade poder de compra).


A recessão de 2008 teve profundas conseqüências econômicas para muitos países. Questões sobre como e quando reduzir o déficit orçamentário foram focos importantes nas recentes eleições gerais no Reino Unido, e continuam a fazer manchetes de jornais em todo o mundo.
O novo governo inglês já realiza grandes cortes na despesa pública, embora a dívida projetada como parte do produto interno bruto (PIB) seja inferior ao de outros países industrializados, o que dá ao país alguma folga no momento de refinanciar emprétimos. Se por um lado os economistas divergem sobre se os cortes ajudam ou prejudicam a recuperação económica, por outro dão pouca atenção para os potenciais efeitos das reduções no financiamento da saúde e da proteção social.

O trecho acima é a tradução resumida do primeiro parágrafo de estudo publicado no British Medical Journal (24/06/2010), que analisa com base em dados históricos como o rebaixamento da despesa pública repercute negativamente sobre o estado de saúde da população inglesa. O estudo tem gráficos interessantíssimos que devem servir de referência tanto para políticos quanto para formuladores de políticas públicas. Atualmente a Inglaterra é governada pela coalizão do Partido Conservador e Partido Liberal, que implantou no país uma política econômica no molde neoliberal. Essa escola de pensamento político diante de crises sempre reduz a presença do Estado na sociedade, flexibiliza relações de emprego, controla manu militari reajustes de salários, promove o individualismo e o fortalecimento material do setor privado. No Brasil são representantes dessa corrente de pensamento o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido Democrata (Demo).
O artigo (Crise Orçamentária, Saúde e Programas Sociais/ Budget Crisis, Health and Social Programmes), publicado no BMJ, está disponível aqui em versão eletrônica para livre acesso.

2 comentários:

Unknown disse...

Achei o post interessante. Dá uma olhada neste aqui também sobre o mesmo assunto aqui: nespmarilia.blogspot.com/2010/09/neoliberalismo-e-impactos-na-saude.html

Itajaí disse...

Rondinelli, obrigado por sua participação. Eu não conhecia o blog do Nesp e ele é muito bom. Vou pô-lo nos links aqui.