sábado, 18 de setembro de 2010

De livros, Internete e Striptease


















Junto com um presente recebo um cartão da editora alemã Taschen, que completa 25 anos. Muito bonito na composição gráfica e certeiro no diagnóstico: Livros ricos para tempos pobres. De fato, em termos comparativos quanto a qualidade, a profusão de nossa produção intelectual não supera os resultados obtidos nas primeiras décadas o do século XX, muitos deles formadores de tendências, escolas e movimentos que perduram até hoje.
Em nosso tempo, embora tenhamos vias extraordinárias de comunicação, nosso prato de resistência na internete não passa da troca de bilhetinhos digitais na base do a quem interessar possa, que não poucas vezes revelam a indigência de leitura de quem os assina, ou não, pois sob a tolerância do anonimato não poucas vezes os missivistas demonstram a esqualidez de seus pensamentos com uma desenvoltura que combina a nudez exposta das stripteasers profissionais com a velocidade do mais amoral dos sátiros.
A situação é mais aguda no Brasil, uma república com perfil promissor no mercado econômico mundial, que nunca executou uma política pública efetiva na formação de leitores numa população marcada pela desigualdade de acesso a bens culturais e materiais. Além do que, seguida à redemocratização em 1985, o sistema educacional brasileiro manteve a prescrição de subtrair do aluno médio e de nível superior a possibilidade de adquirir referências teóricas que permitissem a elaboração de um humanismo para além da competência no uso da maquinaria técnica e o seu correspondente aproveitamento no mercado do trabalho.

Nenhum comentário: