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As epidemias constituíram um flagelo social na Amazônia durante o Império, em parte pelas condições sanitárias vigentes, em parte pelos limites próprios da ciência à época, mas principalmente porque naquela altura a região já se apresentava como fronteira econômica para o mercado internacional, conforme pode ser verificado nos registros portuários sobre a navegação de cabotagem.
O documento em destaque, redigido com a objetividade burocrática, reflete em parte as dimensões dessa realidade, por ocasião da epidemia de Cólera que acometeu o Pará e o Amazonas na segunda metade do século XIX. Nessa ocasião, ao lado da inovação dos navios a vapor, tínhamos apenas limões para tratar de uma doença mortal.
Em linguagem atual, a transcrição da correspondência entre os governadores diz o seguinte:
Tenho a honra de acusar a recepção do Ofício que V. Excia dirigiu-me em 30 do mês passado, bem como o impresso que o acompanhou, em que vem anexado o ofício do presidente da Comissão de Higiene Pública dessa província, versando sobre ter sido aplicado com sucesso o sumo de limão no tratamento das pessoas afetadas da moléstia aí reinante; o qual vou mandar à publicidade, agradecendo a V. Excia. a solicitude de semelhante comunicação.
Deus guarde V. Excia.
Província do Amazonas, na cidade de Barra do Rio Negro, 7 de dezembro de 1853.
Manoel Gomes Correia de Miranda.
Ao Exmo. Sr. Conselheiro Sebastião do Rego Barros
Presidente da Província do Pará
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