A ONG Planet Stupid tem por objetivo esclarecer sobre os danos ambientais. Seus vídeos em geral usam de uma linguagem violenta como instrumento didático para a veiculação e a compreensão da mensagem. Este, em exemplo, trata do impacto ambiental provocado por um vôo de porte médio. Chovem então ursos na medida em que o avião queima mais e mais combustível na aceleração, para ganhar altura. A criação é da agência inglesa Mother e a produção é de Rattling Stick.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Planeta Estúpido
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Jacarés Agora Morrem de Calor
Pará - Matança de Jacarés em Marajó ( O Estado do Pará em 1908. Imprimerie Chaponet. Paris: 1908)
Jacaré morto no leito seco de um lago amazônico que integra o sistema fluvial da Bacia do Amazonas (Agência Reuters, novembro 2009)
Para pesquisadores o fenômeno decorre do aumento da temperatura nos oceanos, ainda que concorram outras causas relacionadas com a ocupação e a exploração descontrolada dos recursos naturais da região amazônica.
Contudo, o jacaré-açu, de todos o maior da espécie, que pode alcançar até 5,5 metros e pesar meia tonelada, até o momento tem população estável como resultado da proibição de sua caça predatória.
Sting Contra Belo Monte
Durante a novela Que Rei Sou Eu, transmitida pela Rede Globo de Televisão em 1989, ele foi citado como o cantante Ping, responsável pela agitação das comunidades indígenas no imaginário Reino de Avilon. Vinte anos depois, o roqueiro e bibliófilo inglês Sting volta aos palcos do ambientalismo nacional e apresenta solidariedade ao amigo cacique Raoni na luta contra a construção da hidroelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (Estado do Pará, Amazônia Oriental).
Pelo visto somadas as posições do Greenpeace, de partidos políticos como o PSOL e o PSTU, do Movimento dos Sem Terra e dos Atingidos por Barragens, mais aquelas já expressas por acadêmicos, será uma disputa de peso contra a decisão do governo federal e estadual de ali estabelecer a maior hidroelétrica já situada em domínio brasileiro. O projeto à cargo da EletroNorte mobiliza discussões como estas aqui e aqui.
Aliás, no Brasil, lugares com o nome Belo Monte parecem fadados à inundações. O primeiro, urbe monstruosa, na descrição de Euclides da Cunha em Os Sertões, foi a cidade do beato Antonio Conselheiro, também conhecida como Canudos, na Bahia. Depois de conquistada pelas tropas do governo federal em 1897, o que restou da Belo Monte conselheirista foi sepultada sob as águas no fim década de 60, para término da Barragem do Açude Cocorobó.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Caravana Rolidei* Chega aos EUA
* Nome de um circo mambembe no filme Bye-bye Brasil, um clássico do cinema brasileiro dirigido por Cacá Dieges, no final dos anos 70.
Política Pública Brasileira È Destaque em Harvard
Com Fumaça Não se Brinca
A denúncia tem outros ingredientes que permitem compará-la à nitroglicerina pura, que, ao sugerir as razões e os interesses por trás desse projeto, explicará por que ele é vendido ao público como a menina dos olhos da recuperação econômica do estado do Rio de Janeiro. Detalhes sobre a gravidade do problema, que afetará a saúde da população da zona oeste carioca, mas em igual a Baixada Fluminense, podem ser lidos na página eletrônica da Fundação Lauro Campos.
domingo, 15 de novembro de 2009
Sem Dinheiro, Motosserras Travam
A hipótese tem validade, pois desde 2008 haviam evidências de iminente contração setorial na pecuária brasileira. Por exemplo: segundo estudo financiado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), divulgado em 2008, o custo operacional total (custo variável + custo fixo + depreciação) acumulou alta de 88%, enquanto o valor da arroba do boi gordo havia subido 56%.
Tratava-se naquela altura de um prejuízo operacional na ordem de 32%, que, no transcurso da crise, com as curvas cambiais positivas do Real, levou a desacelaração de novos investimentos na ampliação de rebanhos e pastos para fins exportadores.
Mas a conclusão do Imazon, por mais redonda que aparente, requer complemento. Ainda resta avaliar quais foram os efeitos concorrentes da política ambiental para a Amazônia, na definição do desfecho para o período observado. Sem a medida dessa variável quali-quantitativa, a avaliação perde a completude científica necessária à elaboração de um quadro compreensivo do problema ambiental na região.
A Civilização do Petróleo
É sob a influência de uma realidade social instável e ameaçadora para a América Latina e o mundo que Pablo Neruda, prêmio Nobel de Literatura, escreve em 1943 o poema Standard Oil Co., até hoje considerado um líbelo contra o neocolonialismo e o poder ilimitado de meia dúzia de empresas transnacionais com notável influência sobre a tecnologia e os negócios das países industrializados centrais, ainda que 85% da demanda diária de petróleo, necessária para manter girando essa imensa roda da fortuna, proceda de campos petrolíferos situados nos países em desenvolvimento ou periféricos.
O cinema, por sua vez, nunca ficou indiferente a essa temática. Longas-metragens como Salário do Medo (1953), Assim Caminha a Humanidade (1956), Caminho do Petróleo (1966), Syriana (2005) e Sangue Negro (2007), são clássicos que abordam a dimensão hostil da economia petrolífera. O vídeo aqui anexado é parte de uma produção da Four Seasons Productions, uma empresa norte-americana que apresenta um interessante catálogo de filmes em dvds sobre temas sociais de interesse geral.
A narrativa do curto documentário é o poema Standard Oil Co., em versão soberba para o inglês, que nivela-se à sonoridade e ao rítmo do original.
sábado, 14 de novembro de 2009
De Corais e Poesia Zen
Corais se alimentam de plancton, dizia-se. As fotos acima evidenciam um fato até o momento desconhecido para a ciência. Um coral da espécie Fungia scruposa "engole" uma água-viva no Golfo de Aqaba (Mar Vermelho). Publicado em Coral Reefs (2009), 28:831–837.
A globalização tem sido implicada em inúmeros problemas sócio-econômicos e ambientais nas mais diferentes regiões do mundo. O atual momento do sistema capitalista promove ou subverte práticas culturais, delineando novas práticas e estilos de vida quase sempre nocivos à saúde da coletividade, como fruto de larga e profunda capacidade de produção industrial em escala, que faria os ideólogos da primeira revolução industrial paralisarem de espanto, se lhes fosse possível saber do mundo à frente, duzentos anos depois.
Costuma-se dizer que a unidade anos é um nada em termos de evolução do planeta e dos seres vivos que nele coabitam. Esta é uma verdade relativa, se considerarmos - e devemos fazê-lo seriamente -, quando consideramos que é inversamente proporcional à capacidade humana de produzir danos exponenciais ao ambiente na medida em que aprimora suas forças produtivas e responde às necessidades de mercado. Enquanto não temos limites para desenvolver, inovar, comerciar e alterar negativamente o meio ambiente, a reserva da natureza para responder aos efeitos colaterais do progressismo certamente tem, porque assim é demonstrado em todo e qualquer modelo de sistema, exceção feita à máquina de moto contínuo, jamais inventada.
Alguns pesquisadores, contudo, desenvolveram um niilismo perigoso quanto ao desaparecimento de espécies, fato extensivo à própria a que pertencem, afirmando que grande parte das espécies que hoje interagem no planeta não existiam há alguns milhões de anos, o que demonstra a finitude da vida. Seria inteligente a afirmação se não limitassem suas explicações evolutivas à catástrofes naturais e incluíssem a progressiva participação humana nas modificações do planeta, a ponto de alguns de seus colegas considerarem que vivemos uma nova era geológica, o Antropoceno.
Nessa linha de raciocínio científico, Bradbury (Australian National University) e Seymour (University College of London) publicaram na revista Coral Reefs (2009) 28:831–837) um artigo elegante que indaga com justificada preocupação sobre o futuro dos recifes de corais, organização com importância para o equilíbrio biológico dos mares, ainda que frágil em termos adaptativos frente à velocidade e profundidade das modificações promovidas no ambiente. Trabalhando com a teoria dos sistemas, articulando na argumentação referências conceituais de Biologia, Bioquímica, Economia, Física e de História da Ciência, os autores criticam também os atuais modelos de santuário ecológico para corais, observando que a atual crise não pode ser resolvida sem considerar que homens e corais são indissociados, porque representam indivíduos que integram sistemas superpostos e interagentes, contínuos e contíguos, onde um possui poder e velocidades ilimitados para promover modificações ambientais, enquanto o outro possui reservas com grande inércia para adaptar-se a essas alterações.
O mundo, portanto, precisa superar o atual paradigma de progresso técnico-científico-inovador iniciado na Inglaterra no século XIX, quando, já naquela época, ao lado de jornadas de trabalho com duração de dezoito horas, extensivas à crianças, observávamos que o enegrecimento dos troncos das árvores, provocado pela fuligem depositada pelas fábricas, levou ao quase imediato desaparecimento de mariposas claras, extintas devido a impossibilidade de adaptarem-se ao novo ambiente, como vítimas da cumplicidade estabelecida entre o modelo econômico expoliador e o predador natural daquela espécie.
Penso que não há outro modo de confirmarmos nossa vocação ética de sempre estarmos em um tempo futuro humanamente aceitável. Consciência, coragem e atitude são palavras que decerto nos animarão a caminhar no sentido de reconhecermos os valores de universalidade, integralidade, equidade e transcendência como zelos necessários a vida. Ao modo como Ryushu Shutaku (1309-1388) a imortalizou em poesia zen:
Uma única árvore em seu vaso é minha companhia
A penumbra verde de milhões de anos pesa sobre mim
Quem pode falar da vastidão contida neste mundo?
No espaço de poucos centímetros,
o imenso monte Zhuyong Feng.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Lorotas ao Pé da Serra
Conforme antes identificado, o buraco que escoa a água do contribuinte paulistano está em pé de Serra, e não é o da Cantareira. Por essa razão, pensando bem, só Eremildo - o idiota -, acreditaria que reservatórios, bombas e tanques de uma megalópole seriam esgotados em quatro horas de falta de energia.
*Eremildo, o idiota, é personagem criado pelo jornalista Élio Gaspari. A criação pretende descrever alguém parvo, que é convencido com qualquer argumento que lhe é apresentado, em especial quando se trata de assunto de natureza política.
sábado, 7 de novembro de 2009
Para Cólera, Beba Limonada!
Reprodução
As epidemias constituíram um flagelo social na Amazônia durante o Império, em parte pelas condições sanitárias vigentes, em parte pelos limites próprios da ciência à época, mas principalmente porque naquela altura a região já se apresentava como fronteira econômica para o mercado internacional, conforme pode ser verificado nos registros portuários sobre a navegação de cabotagem.
O documento em destaque, redigido com a objetividade burocrática, reflete em parte as dimensões dessa realidade, por ocasião da epidemia de Cólera que acometeu o Pará e o Amazonas na segunda metade do século XIX. Nessa ocasião, ao lado da inovação dos navios a vapor, tínhamos apenas limões para tratar de uma doença mortal.
Em linguagem atual, a transcrição da correspondência entre os governadores diz o seguinte:
Tenho a honra de acusar a recepção do Ofício que V. Excia dirigiu-me em 30 do mês passado, bem como o impresso que o acompanhou, em que vem anexado o ofício do presidente da Comissão de Higiene Pública dessa província, versando sobre ter sido aplicado com sucesso o sumo de limão no tratamento das pessoas afetadas da moléstia aí reinante; o qual vou mandar à publicidade, agradecendo a V. Excia. a solicitude de semelhante comunicação.
Deus guarde V. Excia.
Província do Amazonas, na cidade de Barra do Rio Negro, 7 de dezembro de 1853.
Manoel Gomes Correia de Miranda.
Ao Exmo. Sr. Conselheiro Sebastião do Rego Barros
Presidente da Província do Pará
Bioética em Nanotecnologia, a Inclusão Necessária
Medicina e a Delicadeza Perdida
Ora, suspender a atividade das parteiras por considerar de forma unilateral a assistência ao parto um ato exclusivo de médico, é fato gravíssimo, especialmente porque todos sabemos das brechas de atenção pública ao parto, a gravidez e ao puerpério nesse país continental. Além do mais, ninguém pode desconhecer a insuficiência de profissionais médicos em determinadas especialidades, obstetrícia incluída, condição que piora quando se trata de exercer esses ofícios nos sertões do Nordeste, Centro Oeste e Norte do Brasil. Apenas a absoluta ausência de uma carreira para os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), uma das causas para a escassez crônica de técnicos de nível superior no SUS, já recomendaria cautela a quem inspirasse ou redigisse semelhante artigo do projeto de lei.
Ao que parece o esforço de dar régua e compasso ao mercado, nós médicos esquecemos que um dia a obstetra mais famosa do Rio de Janeiro, então capital do Império, foi exatamente uma parteira formada pela nossa Academia Médico-Chirúrgica. Tão excelente profissional foi Madame Durocher que, em 1871, tornou-se membro da Academia Nacional de Medicina, onde fez inúmeras comunicações científicas e publicou o livro Considerações Sobre a Clínica Obstérica, ainda hoje considerado o melhor estudo sobre a obstetrícia do Brasil imperial. Mas, nessa época, ainda não havíamos aprendido que poderiámos ser expertes nos cânones da delicadeza perdida.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Modernidade para Cinéfilos
Esta é uma inovação inesimável para os cinéfilos, entre os quais me incluo. Melhor que isso, apenas a projeção holográfica de um filme em sua sala de visitas. Imagine eu e você a festa que faríamos com um gadjet desses pousado sobre os olhos, como fregueses do www.theauteurs.com!