domingo, 24 de maio de 2009

Cinema, Epidemias e Outra Idéias

























A chamada 7a. arte foi produto da notável espiral de conhecimento acontecida a partir dos últimos vinte cinco anos do século XIX, consolidando-se mais ou menos ao modo como a conhecemos hoje com a sonorização dos filmes no final dos anos 20. Como exemplo de um tempo-manancial de inovações tecnológicas, basta-nos recordar que enquanto os irmãos Meliés maravilhavam os espectadores parisienses com a projeção do L'Arrivée d'un Train en Gare, o pesquisador alemão Röntgen produzia a primeira imagem radiológica de um ser humano. Imagem médica e arte cinematográfica nasceram assim juntas no mês de dezembro de 1895.
Desde então o cinema sofreu um sem número de inovações que o incrementaram com técnicas e tecnologias que permitiram registrar com fidelidade o mundo real ou mesmo recriá-lo em direçao a um futuro imaginado. Ao contrário da pintura, da literatura e da fotografia, o cinema além de se distinguir com seus planos, cortes e ritmos narrativos próprios é produto do trabalho coletivo de pessoas especializadas nessa arte.
Dentre os temas dramáticos que o cinema tem abordado, destacam-se aqueles relacionados às ameaças à saúde humana. Em tempo de gripe suína (H1N1), Pânico nas Ruas (Panic in the Streets), dirigido pelo cineasta greco-americano Elia Kazan em 1950, ilustra essa preocupação. O filme é um clássico do suspense e do chamado filme noir e nos conta a estória de um legista norte-americano (Richard Widmark) com o desafio de encontrar em 48 horas um criminoso (Jack Palance), contaminado com uma doença transmissível e mortal capaz de iniciar uma epidemia sem precedentes em Louisiana.
Com a dialética clássica dos folhetins, da oposição do bem ao mal, mas sem dúvida refletindo o macartismo e um eugenismo latente, Pânico nas Ruas apresenta o embate entre os defensores da cidade contra mazelas sociais e a doença de causalidade biológica. Em domínio público nos EUA, esta obra está disponbilizada na rede mundial de computadores. Cliquem aqui e boa diversão.

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