Quando estive em Cingapura em 2009 estava no auge a Gripe Aviária (H1N1). Para acesso ao congresso em que eu participei (Health Technology Assessment International -2009) havia uma dessas máquinas que analisam a temperatura de quem passa por ela. O objetivo era exatamente identificar quem estava febril e conduzí-lo aos cuidados de uma equipe de saúde, que cuidaria das medidas necessárias à investigação e ao tratamento da origem da febre.
Depois fiquei pensando que a função de polícia sanitária daquela máquina poderia muito bem ser ludibriada em eventos, metrôs, rodoviárias, portos, aeroportos e fronteiras - qualquer lugar de aglomeração - bastando que o sujeito fizesse uso de antitérmico ou outro medicamento que lhe reduzisse a temperatura, evitando assim que fosse detido pelas autoridades sanitárias. Então não seria melhor aprimorar a conscientização das pessoas, para que procurassem cuidados médicos tão logo observassem algo de errado com suas temperaturas? Eu ainda penso que sim.
Entretanto, a tecnologia por infra-vermelho para monitoramento comunitário da febre progride no mercado e em direção a sua incorporação nos sistemas nacionais de saúde. Hoje, na Reuters, li que as tais máquinas foram testadas em salas de emergência nos EUA, demonstrando eficácia na identificação de 90% dos pacientes febris contra os 75% diagnosticados com base na clássica metodologia da história clínica dos pacientes.
O artigo jornalístico não informa, porém, se da acurácia mensurada a favor da máquina foram excluídos os falsos positivos e os falsos negativos, sempre presentes em matéria médica. Tão pouco nos informa sobre o custo de aquisição e manutenção do equipamento, e, principalmente, se para cada dólar gasto no diagnóstico de febre na situação real de uma epidemia, utilizando-o, obtem-se melhores desfechos, como por exemplo diagnóstico precoce, menor tempo e dos custos de hospitalização, redução da mortalidade, da tramissão, etc. Dados esses que deverão ser comparados com aqueles relacionados, nas mesmas condições epidêmicas, com o uso do método clínico tradicional.
Depois fiquei pensando que a função de polícia sanitária daquela máquina poderia muito bem ser ludibriada em eventos, metrôs, rodoviárias, portos, aeroportos e fronteiras - qualquer lugar de aglomeração - bastando que o sujeito fizesse uso de antitérmico ou outro medicamento que lhe reduzisse a temperatura, evitando assim que fosse detido pelas autoridades sanitárias. Então não seria melhor aprimorar a conscientização das pessoas, para que procurassem cuidados médicos tão logo observassem algo de errado com suas temperaturas? Eu ainda penso que sim.
Entretanto, a tecnologia por infra-vermelho para monitoramento comunitário da febre progride no mercado e em direção a sua incorporação nos sistemas nacionais de saúde. Hoje, na Reuters, li que as tais máquinas foram testadas em salas de emergência nos EUA, demonstrando eficácia na identificação de 90% dos pacientes febris contra os 75% diagnosticados com base na clássica metodologia da história clínica dos pacientes.
O artigo jornalístico não informa, porém, se da acurácia mensurada a favor da máquina foram excluídos os falsos positivos e os falsos negativos, sempre presentes em matéria médica. Tão pouco nos informa sobre o custo de aquisição e manutenção do equipamento, e, principalmente, se para cada dólar gasto no diagnóstico de febre na situação real de uma epidemia, utilizando-o, obtem-se melhores desfechos, como por exemplo diagnóstico precoce, menor tempo e dos custos de hospitalização, redução da mortalidade, da tramissão, etc. Dados esses que deverão ser comparados com aqueles relacionados, nas mesmas condições epidêmicas, com o uso do método clínico tradicional.
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