domingo, 13 de dezembro de 2009

Viajantes da Amazônia Brasileira





















Em edição da Metalivros, foi publicado Grandes Expedições à Amazônia Brasileira (Metalivros, 2009. 242 pg.). O autor é um paraense honorário, paulista de nascimento, João Meirelles Filho, que antes já havia publicado O Livro de Ouro da Amazônia (Ediouro, 206. 480 pg.). O Grandes Expedições é um esforço de reunião e síntese do conhecimento sobre viagens de exploração da Amazônia brasileira, escolhidas pelo autor a partir de um recorte temporal que vai de 1500 até 1930, iniciando-se, portanto, com o relato do achamento da foz do Amazonas por Vicente Yáñez Pinzón e finalizando com as expedições do general Rondon à região, no terceiro decênio do século XX.
Está claro que nesse intervalo de tempo muito mais expedições aconteceram, além das 42 selecionadas para resgatar para a literatura nacional e regional a importância do tema dos viajantes da Amazônia. De fato é uma pequena amostra de um universo que supera mais de 1000 relatos publicados ou não, a maioria fora do catálogo das editoras, outras sem tradução para o vernáculo, com acesso restrito às seções de obras raras das bibliotecas públicas e particulares e à venda em alfarrabistas, onde com frequência alcançam preços na casa de centenas ou milhares de reais, conforme seja a raridade e o estado de conservação dos títulos. O próprio autor de Grandes Expedições reconhece a impossibilidade de resenhar todos os relatos dos viajantes na Amazônia, o que obrigaria a rever o planejamento e o formato da obra para uma condição enciclopédica, elevando assim custos não só editoriais, mas aqueles de pesquisa que respondessem às necessidades de ampliação do trabalho.
Porém, nem por isto o Grandes Expedições fica comprometido em seu objetivo de resgate e disseminação da informação histórica, para conhecimento do grande público. Como obra de divulgação, cabe ressaltar que o livro não trata de simples recompilação de notícias passadas, busca de algum modo articular a súmula das viagens com referenciais acadêmicos, sem contudo pretendê-los substituir.
Como limitante para o consumo amplo da obra, eu apontaria apenas o preço de aquisição do volume, a R$ 140, valor que o distancia do poder aquisitivo do leitor médio brasileiro. No que concerne a qualidade do livro, temos o padrão das publicações de luxo produzidas pela Metalivros, descontando um ou outro pequeno deslize de revisão, como por exemplo grafar Ferdinand Keller em vez de Franz Keller, que é o nome correto do autor de Vom Amazonas und Madeira (Stuttgart, 1874), viajante citado, mas infelizmente não resenhado, apesar desta viagem ter grande relevância para a região do Rio Madeira, enquanto exploratória para o desenvolvimento do projeto da E.F. Madeira-Mamoré. O volume, por fim, ainda é mais enriquecido por seus anexos, onde encontramos um precioso rol que nos lista cerca de 567 expedições à Amazonia brasileira, que excedem em muito àquelas detalhadas ao longo do livro.

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