NY Times. Weege: Murder is My Business (Weegee: Assassinato É o Meu Negócio)
Fui policial militar, disse. E, certa vez, na folga fui a uma borracharia consertar o pneu de minha moto. Estava à paisana, mas armado. Foi quando entraram 4 bandidos com a intenção de tomar a minha arma. Matei um, feri outro gravemente e os outros dois fugiram.
Recebi oito tiros que me levaram a ficar 3 meses na UTI, e ainda há estilhaços de chumbo no meu corpo. Deixei a polícia tão logo pude andar, mas ainda faço fisioterapia e luto na justiça para me aposentar.
Lembrei desse jovem assim que li sobre o decreto de Bolsonaro, que dá livre acesso à armas e destrói o Estatuto do Desarmamento. Hemingway, que apreciava armas e matou-se com um tiro de carabina, testemunhou as maiores violências coletivas da humanidade no século XX. Por ele temos o melhor resumo do momento que vivemos, cada vez mais distante de um adeus às armas:
“É sempre assim. Morre-se. Não se compreende nada. Nunca se tem tempo de aprender. Envolvem-nos no jogo. Ensinam-nos as regras e à primeira falta matam-nos.”
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