quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Bom Senso e Canja de Galinha Não Fazem Mal a Ninguém

O medo epidêmico é um velho companheiro dos homens. Desde a Antiguidade a história registra o comportamento humano frente a ameaça de doenças infecciosas na comunidade. Na Idade Média micro-organismos viajavam com os exércitos das cruzadas e nas caravelas pelos mares, polulavam das insalubridade urbana e populações inteiras erravam pelos caminhos, tangidas por epidemias mortais como a temível Peste Negra. Nesses tempos pouco ou nada se podia fazer em termos de saúde pública que protegesse a população.
Frente ao medo, logo pavor e terror, a sociedade ficava a mercê do mágico e da frágil ciência da época. Cidades fechavam suas portas ao livre trânsito e comércio, desconhecendo que o principal risco para a Peste Negra, o rato, ganhava assim abrigo e proteção nas valas e cortiços com o agravamento das condições sócio-ambientais. Ao lado de súplicas aos réus, sonorizadas pelo badalo de sinos e as prédicas religiosas, coexistia a noção do contágio pelo ar (miasma) e a inspiração bíblica da quarentena aos suspeitos do mal epidêmico.
Mudamos, decorridos mais de dois mil anos de convívio com epidemias de variada gravidade e causalidade?
Sem dúvida. Hoje contamos com um arsenal científico que nos protege e socorre frente as armadilhas da seleção natural, ainda que vez por outra nos deparemos com atos de governo que demonstram a persistência do medo epidêmico em sociedades industrializadas. É quando constatamos que ao serem inspirados por aquele, tais atos governamentais não apenas afrontam o bom senso, mas até os princípios constitucionais. Para saber mais, clique aqui.

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