Quando uma mulher não é capaz de se manter saudável, como poderá ela assegurar o desenvolvimento de seus filhos?
Bill Gardner - professor de Pediatria.
David Kindig e Erika Cheng examinaram as tendências das taxas de mortalidade masculinas e femininas nos períodos de 1992-96 e 2002-06, em 3140 condados norte-americanos. Os pesquisadores descobriram que as taxas de mortalidade do sexo feminino aumentaram em 42,8%, enquanto as taxas de mortalidade masculina aumentaram em apenas 3,4%.
A razão da desigualdade é multifatorial e de comportamento diverso. Fatores como escolaridade de ensino superior e taxas baixas de tabagismo foram relacionadas a menores taxas de mortalidade. Variáveis de cuidados médicos, tais como acessibilidade a cuidados de saúde primários não estiveram associadas a taxas mais baixas.
A vista do mapa não há como deixar de reconhecer que a situação é crítica no Sul e Centro-Oeste dos EUA. Os achados do estudo sugerem que a melhoria dos resultados de saúde em todo os Estados Unidos, em especial no que concerne a população feminina, necessitam maior investimento público e privado com respeito a determinantes sociais e ambientais da saúde, além de foco no acesso a cuidados de saúde ou de comportamento individual.
A publicação do estudo mobilizou a atenção da ex-senadora democrata Hillary Clinton, que fez o seguinte comentário sobre o assunto, quinta-feira última, no Quarto Encontro Mundial da Mulher :
"Pensem nisso por um minuto. Somos o país mais rico e poderoso do mundo, entretanto, hoje, mulheres norte-americanas estão vivendo vidas mais curtas do que suas mães, especialmente entre aquelas com menos educação. Isso é uma inversão histórica, que rivaliza com a redução da esperança de vida dos homens russos após a desintegração da União Soviética. As mulheres não são vítimas, somos agentes de mudança, condutoras de progresso, somos fabricantes de paz e tudo que precisamos é de uma chance para lutar."
O acesso ao estudo Even As Mortality Fell In Most US Counties, Female Mortality Nonetheless Rose In 42.8 Percent Of Counties From 1992 To 2006 é restrito aos assinantes da revista Health Affairs, mas está acessível nas universidades brasileiras por meio da plataforma Periódicos Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Ensino Superior).
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