Crescimento nos depósitos de patentes do Brasil supera o dos países emergentes, mas fica abaixo da média mundial em 2012
País registrou aumento de 4,1% nos pedidos pelo PCT, contra alta mundial de 6,6%, diz OMPI
Em 2012, o Brasil foi um dos poucos grandes países de renda média que
registraram elevação no número de depósito de patentes pelo Tratado de
Cooperação em Patentes (PCT, na sigla em inglês) por dois anos
consecutivos. Depois de uma alta de 15,6% em 2011, os pedidos subiram
4,1% em 2012, enquanto outras economias emergentes depositaram menos
patentes, como Índia (-9,2%) e Rússia (-4%). Entretanto, o resultado
ficou abaixo da média mundial. Outros países de renda média também
sofreram quedas em 2012 após elevações em 2011, como Turquia (-16,3%),
México (-15,6%) e África do Sul (-5,3%), informou a Organização Mundial
da Propriedade Intelectual (OMPI) no dia 19 de março.
Países que mais contribuíram para a alta em 2012 foram Japão e Estados Unidos, que somaram 48,8%
O crescimento dos depósitos em todo mundo em 2012 foi de 6,6%, em
relação ao ano anterior. Os países que mais contribuíram para o
resultado foram Japão e Estados Unidos, que juntos somaram 48,8% dos
194.400 pedidos de patentes. Entre as empresas, a chinesa ZTE liderou
novamente o ranking dos maiores depositantes de 2012.
A Universidade da Califórnia foi a que mais requereu patentes (351
pedidos) entre as instituições de ensino e pesquisa, seguida do
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (168), Universidade Harvard
(146) e Universidade Johns Hopkins (141). No topo do grupo das
universidades que mais fizeram depósitos pelo PCT em 2012 estão 27
instituições norte-americanas, seis japonesas e seis coreanas.
Aumento apesar da crise
O diretor-geral da OMPI, Francis Gurry, destacou o fato de os depósitos
terem seguido a tendência de crescimento, repetindo o movimento dos
anos anteriores, apesar da crise internacional e das incertezas do
cenário econômico. "Na medida em que começamos a ver sinais de
recuperação, essas empresas que formam fortes portfólios de bens
intangíveis durante a baixa serão as mais beneficiadas pelas
oportunidades do novo mercado", declarou Gurry em material de divulgação
da OMPI.
Universidade da Califórnia foi a que mais requereu patentes entre as instituições de ensino e pesquisa
Apenas três países da Ásia e dois da Europa, entre os 15 maiores
depositantes, computaram percentuais de aumento de dois dígitos no ano
passado: Holanda (14%), China (13,6%), Coreia do Sul (13,4%), Finlândia
(13,2%) e Japão (12,3%). No caso holandês, o forte crescimento ocorreu
depois de dois anos de diminuição nos pedidos. Já na China houve uma
desaceleração no crescimento em comparação com os dois anos anteriores;
de acordo com a OMPI, isso é reflexo da elevada base de depósitos, que
vinha se ampliando desde 2009. Entre os países desenvolvidos com piores
desempenhos no ano passado estão Canadá (-6,7%), Espanha (-2,4%) e
Austrália (-1,8%).
O sistema do PCT permite que empresas, universidades, instituições de
pesquisa ou inventores independentes requeiram a proteção de uma
invenção simultaneamente em todos os 146 países signatários por meio de
um único documento internacional. Nesse processo, o exame da
patenteabilidade de uma inovação nos escritórios nacionais, e seus
respectivos custos, é adiado, na maioria dos países por até 18 meses, o
que é mais vantajoso do que o depósito direto e individual das patentes
em cada escritório nacional.
Fonte: Inovação Unicamp.
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