quarta-feira, 27 de junho de 2012

NÃO ao Golpismo Ressuscitado


Óbvio ter sido a deposição do presidente Lugo um golpe das oligarquias civis, desferido a partir do parlamento paraguaio. Outra conclusão não se pode ter ao analisarmos a arma final empregada: um processo inédito de impeachment, que durou 48 horas, nas quais contou o presidente constitucionalmente eleito com apenas 2 horas para defender-se perante um plenário político esgamadoramente de oposição ao seu governo. 
Este coup d'etat parlamentar revela enorme risco para o equilíbrio das democracias latino-americanas, mais ainda quando é analisado na perspectiva do apoio moral que os golpistas receberam e usufruem, configurado nos manifestos de reconhecimento de países hegemômicos do hemisfério norte, todos alinhados na Guerra Fria para o apoio moral, militar e financeiro às ditaduras militares latino-americanas que esmagaram os direitos civis nas décadas de 60-80 do século passado.
Anexo a esta postagem, está a declaração de repúdio ao golpe, assinada pelo Movimento Nacional pelo Direito à Saúde. O presidente Lugo havia iniciado um esforço governamental que instituísse um sistema nacional de saúde que superasse o quadro sanitário imposto por décadas sucessivas de miséria, desassistência,  desigualdades e corrupção institucionalizada, que antecederam sua eleição pelo povo paraguaio. 
A sociedade civil latino-americana deve integrar-se nesse grave momento e repudiar publicamente iniciativas estranhas e nocivas à democracia participativa, sufragada pela vontade popular, com executivo e base parlamentar não corruptas, nem corruptoras. Digamos NÃO ao golpismo de novo ressuscitado no continente americano!

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Para leitura do manifesto do Movimento Nacional pelo Direito à Saúde basta clicar duas vezes sobre a imagem acima.

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