Há dez anos atrás decidi novamente ter em casa um cachorro. A decisão teve razão dual, porque em parte eu assim queria e em parte sabia que seria uma companhia para minha mãe, que já estava idosa e ficava muito tempo em casa apenas com a companhia da televisão.
Dona de uma personalidade alfa de matilha, nascida para o comando, essa Schnauzer logo conquistou a nós humanos da casa, dominou o território e estabeleceu em seu cérebro misterioso quem ela admitiria no lugar e quem não. Está claro que alguns foram alijados por ela, e sem direito a recurso, para constrangimento nosso.
Um deles, meu cunhado mais jovem, é irreconciliável com ela até hoje. Registre-se, contudo, que Zahy nunca hostilizou a nenhuma de nossas empregadas domésticas, com quem logo, desde o primeiro dia, estabelecia amizade que parecia existir desde sempre.
O nome que lhe demos tem origem na língua dos índios da nação Tembé e significa Lua, de flexão masculina na língua desses indígenas. Reproduziu em dois casais com outro de sua raça, que nascera na Noruega e emigrara para o Brasil. Tudo, portanto, na mais pura linhagem anglo-saxônica.
A relação de Zahy com o Dia Mundial da Luta Contra o Câncer eu fiz para alertar a importância de atentarmos para essa doença, que desempenha importância na carga da doença dos países e, no Brasil, terá cada vez mais importância por conta do envelhecimento da população, pois nos próximos quinze anos seremos um país de idosos e não mais de jovens como a minha geração aprendeu.
O câncer afeta os seres vivos e é uma doença genética, não hereditária. Digo que acomete os seres vivos, porque não só o homen a desenvolve, mas também peixes, gatos, macacos e cães. Entre as múltiplas causas da doença, o envelhecimento do organismo contribui, a história genética do indivíduo também em alguns casos, mas sobretudo a exposição aos chamados agentes carcinogênicos tem o maior peso no desenvolvimento da doença. Nesse sentido, entendo agentes carcinogênicos no sentido lato de incluir elementos agravantes da estabilidade do meio ambiente externo ao homem, quanto a adoção de estilos de vida e/ou hábitos sociais que oportunizam a exposição ou a amplificam a ação deaqueles agentes.
Nessa foto de Zahy, passaram-se quinze dias desde que extirpou o baço por conta de um hemangiossarcoma grau I, que é câncer das células que revestem vasos sanguíneos dos cães. Não há extensão da doença para gânglios linfáticos, vasos abdominais e outros orgãos em termos macro e microscópicos. A identificação da doença foi um achado diagnóstico de exame físico e de ecografia. Seguirá na próxima semana para a quimioterapia, prosseguindo na luta que sem o saber iniciou pela preservação do maior território que já possuiu: a vida.
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