Sempre recebo no meu endereço de Belém o Catálogo de Livros Selecionados, da Livraria Académica. A simpática livraria tem página na internete e está localizada na cidade do Porto, em Portugal, na Rua dos Mártires da Liberdade, 10. A sede física, contudo, não conheço em que pese o desejo sempre insatisfeito de visitar a terra de avoengo paterno, lá falecido.
Além da seleção de raridades bibliográficas, Nuno Canavez, proprietário da livraria e reconhecido intelectual portuense, sempre encarta na última folha do catálogo um poema para reflexão do leitor.
Sabemos o quanto Portugal tem sofrido com os revezes da economia européia. Só para avaliarmos a atual gravidade da situação, uma fonte que de lá retornou disse-me que o governo português já trabalha com o cenário de manter ao menos uma pessoa empregada por unidade familiar, e que patrões e empregados já negociam redução de salários.
É inserido nesse contexto que o catálogo 264/2011 da Livraria Acadêmica oferece aos olhos do leitor um inquietante poema sem título, assinado por Maria Ângela de Sousa - de quem, infelizmente, não obtive maiores informações nos sistemas de busca usuais.
Além da seleção de raridades bibliográficas, Nuno Canavez, proprietário da livraria e reconhecido intelectual portuense, sempre encarta na última folha do catálogo um poema para reflexão do leitor.
Sabemos o quanto Portugal tem sofrido com os revezes da economia européia. Só para avaliarmos a atual gravidade da situação, uma fonte que de lá retornou disse-me que o governo português já trabalha com o cenário de manter ao menos uma pessoa empregada por unidade familiar, e que patrões e empregados já negociam redução de salários.
É inserido nesse contexto que o catálogo 264/2011 da Livraria Acadêmica oferece aos olhos do leitor um inquietante poema sem título, assinado por Maria Ângela de Sousa - de quem, infelizmente, não obtive maiores informações nos sistemas de busca usuais.
Diga-me amigo
o senhor que tanto sabe
do passado, do presente e do futuro da nossa gente
diga-me que genética ou que História
nos transformou nas quimeras que hoje somos
quem nos fez de tão larga imaginação e tão estreito agir
de tanto falar e tão pouco fazer
deste permanente ser e não ser
de tanto querer e tanto temer
de tanto criar e tão pouco ousar
lembradas glórias de impérios conquistados?
restos mouros de resignação e sofrimentos antecipados?
o esperar em vão de reis por vir?
ou simplesmente a paz das sardinheiras
e tudo o que nunca voltou d'Álcácer-Quibir?
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