segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Os Ditadores, a Estabilidade e o Mercado




















Fortaleza Qaitbey (Alexandria, Egito) por Itajaí de Albuquerque


A revolta popular no Egito constitui o mais importante fato da política internacional no início desse século. A depender de sua evolução seus resultados poderão impactar o equilíbrio regional e mundial. Ainda ontem o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, em conferência na Universidade Estadual da Georgia, orientou suas considerações nesse sentido. Considero que a crise política do Egito é o fato mais importante, desde que deixei a Casa Branca em 1981, disse ele.
Por sua vez, Fawaz Gerges, professor da prestigiada London School of Economics, disse a BBC que a crise influenciará tanto a economia mundial quanto a do Oriente Médio, e especialmente a do Egito, visto que o país tem no turismo o principal vetor de sua economia.
Sem dúvida as primeiras consequências incidirão sobre a sociedade egípcia, advindas do enfraquecimento ou paralização do fluxo turístico. Neste último final de semana, os governos de vários países europeus e os EUA advertiram seus cidadãos de que evitem o Egito como destino de viagem, à vista da grave instabilidade política alí reinante. Ainda hoje agência de notícias russa informa que empresas locais de turismo deixaram de oferecer pacotes de viagem que incluam os tesouros arqueológicos egípcios.
Na entrevista do professor Gerges, o mais interessante é sua definição de que em termos de Oriente Médio o mercado trabalha sempre com duas variáveis conjugadas: ditaduras e estabilidade política-econômica. Porém, segundo ele, se o desfecho da crise egípcia apontar para a estabilidade, a democracia poderá revigorar a economia e garantir a credibilidade do Egito no mercado dos países hegemônicos.

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