quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

WikiLeaks: Perguntas Sem Respostas



















O assunto WikiLeaks está em ebulição nas redes sociais. Contudo não me impressiona o fato de documentos governamentais reservados serem levados a curiosidade pública, visto que a história está repleta de casos sérios e jocosos; dos segredos atômicos às indiscrições na alcova do príncipe Charles com a então amante Camila Park Bowles. Nem tão pouco tenho dúvidas de que as tais denúncias de abuso sexual contra Julian Assange (39 anos), dono daquele repositório de documentos, tenham toda a pinta de ordinária armação para desmoralizá-lo, visto que o acusado responderá em tribunal por fornicar sem camisinha e com duas mulheres diferentes na mesma semana. Ora, combinemos! Por isso nem Dante o poria no inferno junto aos lascivos, embora decerto não escapasse da categoria dos linguarudos.
Na verdade de tudo o que li sobre esses documentos, nenhum me pareceu ter impacto estratégico importante. O dano provocado aos governos ali citados está mais para constrangimento, embora o fato por si demonstre que os sistemas de segurança informacional dos EUA foram para o brejo sabe lá como. Nesse sentido, porém, cabe observar que nenhuma informação sobre segredo tecnológico, militar ou não, das guerras travadas no Oriente Médio fazem parte do pacotão wikilikeano. Talvez por que essas redes informacionais sejam protegidíssimas, além do alcance da bisbilhotagem de Mr. Assenge.
Pois aqui chegamos a uma derivada que tem escapado à curiosidade daqueles que estão mesmerizados na garimpagem de inconfidências documentais ou inebriados com a possibilidade de assistirem a realização da lenda de um homem só desafiar o império, descuidando de que certas perguntas nesse imbróglio internacional merecem respostas tanto transparentes quanto convincentes.
Daí que é inescapável indagarmos: Que atributos o dono do WikiLeaks possui, que lhe dão total intimidade com fontes de informações secretas de governos estrangeiros? Seria ele próprio um espia renegado? Quem financia a farra? Porque de graça os documentos não lhe são dados, e as suas fontes devem lhe cobrar bem caro pelos riscos que estão correndo. Depois, qual a razão do governo norte-americano não pedir a Inglaterra a extradição de Assenge? Seria porque o dono do WeakLeaks teria um tal arquivo secreto (poison pill), que a boataria digital diz ser de conteúdo impactante?
De fato faltam peças fundamentais nesse jogo de limites e profundidade mal definidas, e sem essas respostas de fundo ético não posso considerar o WikiLeaks uma ferramenta de democratização da informação.

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