sexta-feira, 27 de março de 2015

Vida Como Mercadoria

Stefan Zweig, refletindo sobre a progressiva desumanização da Economia, escreveu que era impossível estimar valores para a vida. Esse argumento durou até a consolidação da Biologia Molecular. A partir daí, com a translação dos resultados científicos obtidos em laboratório para a dimensão do mundo prático, a exemplo o espetacular desenvolvimento de marcadores de diagnóstico tumoral e dos alimentos transgênicos, a vida foi em definitivo levada ao mercado.  
Esse processo emerge em meio a crise econômica mundial dos anos 70 e obriga os estados hegemônicos a elaborarem uma sofisticada legislação que preparasse com segurança o terreno para que empresas tradicionalmente ligadas a outros campos econômicos, como é o caso da Bunge,  mudassem seus planos de negócios e dominassem o desenvolvimento e do comércio em escala de produtos biotecnológicos "engenheirados", que distinguem-se pelo valor agregado de conhecimento e trabalho científicos altamente especializados.

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